Conduta Nutricional na Síndrome do Intestino Irritável

Bom dia!?

A Síndrome do Intestino Irritável (SII), do inglês, Irritable Bowel Syndrome (IBS) é um dos distúrbios funcionais mais comuns do sistema gastrointestinal e acomete cerca de 11% da população mundial, sendo que a maior prevalência da doença está nos EUA, Canadá e Brasil. Os sintomas incluem dor abdominal crônica ou recorrente, pelo menos um dia por semana nos últimos três meses, associada a alterações do hábito intestinal, distensão abdominal e flatulência, que podem ser caracterizados conforme a predominância de diarreia e/ou constipação. Nas populações ocidentais, ainda que possa se manifestar em qualquer faixa etária, a condição é preponderante em mulheres e jovens.

O diagnóstico da SII pode ser feito quando o paciente apresenta queixa de dor abdominal recorrente associada a pelo menos dois outros sintomas como dor à defecação, mudança na frequência das fezes e alteração na aparência dos dejetos (PRINCIPI et al., 2017). Conforme os critérios de Roma IV, a SII pode ser dividida em quatro tipos de acordo com os sintomas apresentados, sendo:

1⃣IBS-C (irritable bowel syndrom-C) – Quando há constipação
2⃣IBS-D – Na presença de diarreia
3⃣IBS-M – Quando apresenta constipação e diarreia
4⃣IBS-U – Não apresenta nenhum sintoma

 

ALIMENTAÇÃO DESFAVORÁVEL A MICROBIOTA

  • Alimentação monótona;
  • Rica em carboidrato industrializados e açúcar refinado;
  • Pobre em fibras e água;
  • Alto consumo de adoçantes artificiais;
  • Pobre em peixes;
  • Pobre em frutas e verduras.

 

CONDUTA DIETOTERÁPICA

A abordagem de primeira linha para pacientes com SII é baseada na mudança de hábitos alimentares
e estilo de vida. A dieta é a alavanca mais importante para a modulação da microbiota, pois atua na manutenção da alta diversidade microbiana (ou riqueza genética), preservação da saúde e na correção da disbiose. No atual modelo de alimentação, o alto consumo de carboidratos refinados, o uso de açúcar simples, gorduras trans e saturadas e o baixo consumo de fibras estão relacionados à disbiose intestinal.

Por isso, a prescrição de um plano alimentar e equilibrado, associado a simbióticos (probióticos e prebióticos) e polifenois tem demonstrado ser uma maneira eficaz de se obter e manter a simbiose intestinal.

?RECOMENDAÇÕES

  • As refeições não devem ser muito volumosas e a alimentação deve ser lenta e pausada;
  • Pacientes com distensão abdominal e flatulência excessiva podem se beneficiar com a redução ou eliminação de feijão, repolho e outros alimentos que contenham carboidratos fermentáveis;
  • A redução na ingestão de adoçantes (p. ex., sorbitol e manitol), que são constituintes dos alimentos processados (p. ex., suco de maçã e uva, banana, oleaginosas, passas), pode aliviar a
    flatulência, a distensão abdominal e a diarreia;
  • Indivíduos com sinais de intolerância à lactose devem reduzir o consumo de leite e produtos lácteos.
  • Diminuir a ingestão das categorias de alimentos mencionadas, uma de cada vez, e observar o efeito nos seus sintomas, ou tentar uma dieta com baixo índice de FODMAP (oligossacarídeos fermentáveis, dissacarídeos, monossacarídeos e poliois), que restringe todas as categorias de alimentos mencionadas acima.
  • Dieta com baixo teor de gordura pode diminuir os sintomas abdominais pós-prandiais.
  • Beber mais líquidos.
  • Os suplementos dietéticos contendo fibras podem amolecer as fezes e melhorar a facilidade de evacuação.
  • Pode-se utilizar psyllium em pó, com dois copos de água. Contudo, o uso excessivo de fibras pode levar a distensão e diarreia, de modo que as doses de fibras devem ser individualizadas.

 

DIETA E GLÚTEN⁉️

Muitos pacientes com SII apresentam piora dos sintomas após a ingestão de glúten/trigo, então o consumo dessas substâncias e a sensibilidade ao glúten parecem estar envolvidos na etiologia da SII; assim, uma dieta sem glúten está geralmente ligada a uma redução dos sintomas gastrointestinais na SII. No entanto, as Diretrizes de 2020 recomendam verificar se os pacientes com IBS-D são afetados pela doença celíaca, realizando os testes sorológicos (dosagem de anticorpo contra transglutaminase tecidual (TTG) e peptídeos de gliadina desamidados) antes de prescrever uma dieta. Não está claro se é o glúten que determina os sintomas ou outros componentes do trigo.

 

PROBIÓTICOS?

Os probióticos são microrganismos vivos que, administrados em doses adequadas, restauram o equilíbrio microbiano e regulam as suas funções. Para além de que previnem a colonização, reduzem o crescimento bacteriano patogênico, melhoram a inflamação e reduzem a hipersensibilidade visceral. Os mais utilizados são Lactobacillus, Bifidobacterium e Escherichia coli Nissle. Mas a combinação de Lactobacillus com Bifidobacterium mostrou ser mais benéfica na SII. A prescrição individualizada já é possível atraves do Exame Microbiota Intestinal – Clique Aqui!

 

Se identificou com algum dos sintomas mencionados? Que tal agendar sua consulta para uma orientação mais personalizada? Clique Aqui!

Ana Paula Gluck Karam – Nutricionista Esportiva Funcional em Foz

Instagram: @anagluck

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